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quinta-feira, dezembro 25, 2008

Natal 2008

Esse foi um natal estranho.

Pela primeira vez não fiquei animada com decoração, músicas, hinos, brilhos, comidas.

Parece que de verdade não sobrou nada assim externo que me animasse com a data.

Natal é o nascimento de Cristo. Vamos combinar que não foi nessa data, provavelmente. Além disso, a data virou super comercial o que roubou muito de sua graça.

Esse ano em especial acho que muita coisa não tinha graça por tudo o que passei, pela morte do meu tio e primos e depois a doença do meu marido.

Para facilitar vem essa biópsia. Ninguém gosta de ouvir o nome desse exame. Parece que é um exame fadado a resultados ruins.

Bom, fazendo um balanço, um apanhado desse ano, chego à conclusão de que realmente não restou nada nesse natal que não fosse simplesmente o fato de lembrar do nascimento do meu Salvador.

Escrevendo assim até parece que é o de menos, mas na verdade é o importante. Acho que acabei ficando feliz por ser salva e só. Não havia nada que me roubasse a atenção esse ano, nada que me preocupasse em organização, nada que me cansasse e me tirasse o poder de raciocinar sobre o que tem valor em si mesmo, sem nada para ornamentar.

A dor é um santo remédio. A dor humaniza, amadurece, revela o que está escondido. Ela também é um termômetro de fé, pessoal e dos relacionamentos. A dor traz a noção exata do que somos, de nossas expectativas, sonhos e também das dúvidas e medos.

A dor esse ano me deu uma nova perspectiva. Primeiro roubando toda esperança e depois revelando o verdadeiro sentido da existência. Foi como voltar ao primeiro amor.

É isso. Minha dor me trouxe de volta ao primeiro amor, quando eu não nem sabia que estava me distanciando dele.

Quando estava voltando do enterro do tio Ailton e dos meninos, sozinha no avião, liguei o palm para ouvir algum mp3 e, como uma vitrola quebrada, deixei repetir a mesma frase por 5 horas de vôo: para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas.

Que promessa maior que a da salvação? Só a da vida eterna!

Natal para mim esse ano é mais que nunca a certeza de que a encarnação do meu Deus trouxe a esperança da liberdade, da comunhão recuperada, da vida completa, da vida com sentido.

Natal para mim em 2008 foi a certeza de que o Salvador chegou. E isso é tudo o que eu poderia querer.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Saudades...

Paula, você é a mais querida, a mais amada e a que mais me faz falta hoje.
Quando me mandou esse vídeo um tempo atrás fiquei super emocionada - yes! nós duas estamos ficando velhas e piegas!.
Agora estava caçando outra coisa no Youtube e o encontrei novamente.
Sabe? Talvez não tenhamos muita coisa, talvez não tenhamos alcançado todos os nossos sonhos, mas conquistamos algo mais especial e a cada ano que passa maior é a certeza do amor que sinto por você, do quanto você me faz falta e do quanto te desejo bem.
Gosto de não lembrar como nos conhecemos e como ficamos amigas, porque dá a sensação de que sempre tive você ao meu lado.
Com você aprendi o significado de existir "amigo mais chegado que irmão".
Nunca esqueça de que se precisar, é só chamar pelo meu nome. Estarei sempre aí.
NEOQEAV


v

terça-feira, dezembro 09, 2008

Áporo

Um inseto cava
cava sem alarme
perfurando a terra
sem achar escape.

Que fazer, exausto,
em país bloqueado,
enlace de noite
raiz e minério?

Eis que o labirinto
(oh razão, mistério)
presto se desata:

em verde, sozinha,
antieuclidiana,
uma orquídea forma-se.




sexta-feira, dezembro 05, 2008

...

Li num blog de uma pessoa querida um post sobre a ótica pessoal.
Ele - a pessoa é ele e chama Marcus, com "u" porque ele é chic, bem - comentou o fato de não sermos verazes ao fazer analogias sobre personas, mesmo que as tais sejamos nós.
E está correto. Realmente enxergamos distorcido, ou melhor, inventamos baseados em desejos e/ou expectativas aquilo que descrevemos sobre alguém.
Fez-me pensar.
Quando eu era mais nova, ficava sempre analisando o que as pessoas falavam sobre mim. Era um jeito de eu "descobrir" seus segredos, sua personalidade. Depois passei a julgar o mundo todo apenas uma idiotice, como em Matrix - preciso desenhar? Todo mundo assistiu a esse filme, ma gandesc. Agora oscilo entre o prazer de achar que já sei alguma coisa sobre a vida e a obstinação de querer entender porque não sei sobre o que já deveria saber.
Tenho plena consciência dos dois lados. Sei que tudo que julgo saber hoje será nada amanhã, mas mesmo assim tenho pretensões de saber. É meio maluco mesmo.
Mas, e daí? Acho que somos isso.
Um monte de sonhos, desejos, expectativas.
E é bom, sabia? Adoro reler meus diários que guardo com carinho desde os 11 anos. Tornei-me muitas das coisas que desejei ser dizendo que era. Mais ainda é o que não queria ser e sou perfeitamente...
Não se enxerga direito sem olhar para trás. Não se tem passado se não olhar para o futuro durante o presente. São conexões misteriosas, milagrosas. especiais.
Nos faz humanos. Pode nos fazer melhores. Ou ridículos. Não importa.
Nos faz vivos.

sexta-feira, novembro 28, 2008

Ano III


Dia 26 fiz (emos) três anos de casada. Foi legal, apesar de não ser nada demais.
Ao mesmo tempo em que parece ter passado muito rápido, três anos não são propriamente uma vida, então há muito o que se viver (??).

No primeiro ano fomos para Barra de Camaratuba. Foi péssimo! O hotel era caríssimo e ruinzinho - foi indicação de uma "amiga" - e o que salvou foi uma jacuzzi, porque nem o clima tava muito bom. Estávamos irritados por qualquer coisa que nem sei mais.

O segundo ano foi no Maranhão. O Fernando tinha que ir para lá de qualquer maneira e acabamos juntando as duas coisas. Foi bom. Não foi melhor porque estávamos cansados de ter falado em várias igrejas etc. Ossos do ofício.

Esse ano a comunicação falhou e não conseguimos planejar nada com antecedência. Houve um casamento aqui na igreja sábado e o povo teria que viajar um dia depois do nosso aniversário. Ficamos meio confusos com as datas.

No dia 26 resolvemos ir para uma praia bem próxima, aproveitando que estaria vazia por ser meio de semana. Além do mais, não estávamos com pique de gastar porque esse ano já foi a cota (SP e Europa).

Foi ótimo! Acho que foi o melhor aniversário dos três. Aproveitamos bem, comemos bem, dormimos bem.

Mas somos péssimos nas fotos... sempre saímos horrorosos, por isso, posto uma foto da visão do nosso apartamento no hotel. E a corda da rede...

sexta-feira, novembro 21, 2008

Iris

Antes de eu colocar uns outros nacionais de que gosto muito, aqui vai mais um internacional.

Foi uma das primeiras coisas que tentei tocar no violão - sem sucesso, porque era com pestana - e uma das primeiras que consegui traduzir sem ajuda de um dicionário (o tempo voa!!).

Linda a música, lindo o filme do qual ela é tema e quem não gostaria de ser a razão para alguém deixar a "eternidade"?

Aliás, acho que foi por isso que acabei casando. Tudo que meu marido precisou fazer foi dizer que tinha rodado metade do mundo procurando alguém por quem valesse à pena morrer - por causa do exemplo do marido ter que ser como Cristo é para com a igreja - e não tinha encontrado até me conhecer. Até pensei em não aceitar... mas depois me dei conta de que ele poderia muda de idéia...rs... Não foi bem isso, me dei conta de que isso mostrava que ele realmente queria estar comigo por quem eu era e não por uma ou outra qualidade, como a maioria dos caras que se aproximaram da minha vida.

Corajoso o pedido dele. E agora eu também tenho alguém por quem morreria. E ele sabe.

Fefê, sei que vc não entra muito aqui (já me ouve o dia inteiro e ainda ler o que escrevo?? seria demais!!), mas estamos perto do terceiro aniversário de casamento e foi legal lembrar agora, enquanto ouvia essa música de que quase 4 anos atrás aceitei seu pedido de casamento, num momento tão confuso da minha vida, tão delicado e que essa foi a melhor escolha.

Não conheço outro homem como você. Até hoje ainda fico impressionada com sua sinceridade - cortante, às vezes - com sua inocência e com o amor que tem por Deus.

Te iubesc mult!


quarta-feira, novembro 19, 2008

Kiss From a Rose

Ainda em "coisas para se ouvir", coloco aqui outra de minhas preferidas.
Kiss from a rose não é para mim a trilha do Batman. É a trilha de uma época amalucada da minha vida. Ouví-la é fazer uma retrospectiva muito boa!

O Seal prova que homem não precisa ser bonito... precisa ser charmoso.

O clipe é tosco - não há nada perfeito.

Continuo piegas (será um novo estado??).

Melhores trechos?? Nem sei...

"... You became the light on the dark side of me... There is so much a man can tell you, So much he can say. You remain, My power, my pleasure, my pain, baby... "




sábado, novembro 15, 2008

Final Feliz




Nem me pergunte a razão, mas sou apaixonada por essa música...
Acho que é porque tem gente muito covarde para fazer o que gostaria de fazer e é bom ouvir alguém cantar "não há mal nenhum gostar assim" ou "chega de fingir, eu não tenho nada a esconder", e mais "não tô nem aí pro que dizem... eu quero é ser feliz e viver prá ti"...
Ah! Fala sério?
Rapazes, se vocês cantassem, declamassem, colocassem para tocar algo assim uma vez por semana para suas queridinhas, garanto que valeria à pena.

É isso... estou piegas hoje.

Farei uma sessão diferente essa semana, já que estou mesmo sem tempo - eternamente - e sem muita vontade de escrever, postarei coisas que gosto de ouvir. Não apenas as músicas em si das quais gosto, porque gosto de umas músicas totalmente sem letra, mas as letras que gosto de ouvir.
Coisas para sussurrar ao pé do ouvido.

sábado, novembro 01, 2008

Discípulo (Grupo Logos)

Há dias que me sinto um discípulo
Naquele barco em meio ao temporal
As ondas são maiores que a minha fé
E sem saber pra onde ir, eu fico ali

Eu posso ver o medo em outras caras
Naquele barco todos passam mal.
Não há quem tenha força tal que pare
Ou que devolva o rumo àquele nau.

Mas um de nós se lembra e acorda o Mestre
Que estava todo tempo ali também
Ordena calma às águas.
Aumenta-nos a fé,
Pra não mais esquecemos que Ele está ali.

Ele está presente é o que nos basta!
Não importa a hora e o que acontecer!
Pode a tempestade vir me abater ...
Jesus está comigo eu vou vencer!

Assim são nossas vidas hoje em dia
Nos vales tão profundos onde a dor,
Angústias, medos, traumas e decepções
Se mostram prontos a nos abater.

Aí é só lembrar do nosso Mestre.
Jesus estava lá e está aqui também.
Ordena paz pra alma.
Aumenta-nos a fé.
Restaura nossas vidas pois está aqui.

Ele está presente é o que nos basta!
Não importa a hora e o que acontecer!
Pode a tempestade vir me abater ...
Jesus está comigo eu vou vencer!

quinta-feira, outubro 23, 2008

Aborto espontâneo

Hoje estava olhando as manchetes no site da UOL e vi uma coluna que tratava sobre aborto espontâneo. Pensei que fosse um documentário, um médico comentando, mas era um depoimento de uma jornalista que sofreu 3 abortos espontâneos esse ano.

Não tive dó, mas é inevitável pensar no assunto.

Quero muito engravidar e acho que talvez esse seja meu maior vilão hoje. O desejo excessivo que gera certa ansiedade. Tenho sim alguns problemas, mas de acordo com a médica, o tratamento foi bom e tenho chances normais de engravidar.

Quando a gente entra nesse mundo das mulheres que não conseguem engravidar facilmente como as outras, um monte de sentimentos costuma invadir a mente, o coração, a alma.
Vem a decepção cada vez que a menstruação chega...
Junto com ela, muitas vezes vem a tristeza de pensar "não foi novamente" e tentar reverter para um "não foi AINDA"...

Vem também uma certa revolta. Como é que eu não consigo engravidar? Sou casada, saudável, tenho o desejo para ser mãe, tenho um marido que quer ser pai, temos como sustentar um bebê... por que não posso ter?
E a revolta aumenta quando olhamos por outro lado.
Como é que essa menina de 13 anos engravidou depois de uma relação? Como é que essa mulher que já deu 5 de seus filhos engravida novamente? Como é que essa menina idiota que já deu um filho, engravida novamente, tenta abortar por 5 vezes e ainda vai ter outro bebê?

Parece que o cérebro da gente entra num Juicer da Walita. Mistura tudo, tritura tudo, moe tudo e de repente é só um suco amargo para descer goela abaixo.

Dentro da minha limitaçãoc, uso o Salmo 73 para perguntar "por que mulheres ímpias engravidam e as justas sofrem abortos espontâneos?"

Mas não fiquei revoltada com Deus. E foi isso que me fez sair do estado de nervoso em que estava até umas semanas atrás, mais precisamente, mês passado.

Ele me fez sossegar mês passado. Estou mais preparada para aceitar até se não puder mesmo engravidar. Não estou mais estressada contando os dias férteis. Se acontecer, aconteceu. Não quero mais ficar programando um filho como se fosse a aquisição de um bem valioso.

Talvez Deus esteja usando esse período para me fazer entender cada vez melhor que os filhos são flechas DELE, que talvez ele coloque em minhas mãos, mas não por minha causa, não por causa do meu marido, e sim porque ele quer que essas flechas sejam lançadas da direção da minha casa para a que Ele apontar.

Bom, o que tenho a dizer é que estou disposta a ser mãe e a não ser. Estou disposta a ser o que DEus quiser que eu seja. Claro que nesse caminho acredito que virão ainda períodos mais fáceis e também vales escuros, mas confio que Deus se compadece de mim, sabe como me sinto em relação a tudo isso e quero que ele faça a Sua vontade, não a minha, porque a minha várias vezes é pautada por egoísmo (pedem e não recebem porque pedem mal, diz Tiago), por mesquinhez, por orgulho e a dele é boa, perfeita e agradável. Sempre.

Até num aborto espontâneo.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Iguais

Porque somos e sempre seremos iguais.
Sempre os mesmos bebês chorões, como os mesmos temores do escuro, do frio excessivo, do sol escaldante ao meio dia.
E assim deve ser. Porque de alguma forma, ligados pelo mesmo tipo de essência e consciência, trazemos em nós as dúvidas e respostas de toda a humanidade, que foi, que é e que há de ser.
Distinguem-se as cores, alguns sotaques, gostos, gestos e jeitos, mas ainda assim, somos essencialmente iguais.
Olho esses iguais à minha volta e penso como em meio à tanta diferença nos parecemos.
Está na raiva, no amor. Na necessidade de crescer, mudar, aprender, compartilhar, somar. Está no fato de andarmos por vontade própria, ainda que inconsciente, por nossas próprias verdades que também são de outros.

terça-feira, setembro 30, 2008

Frase do dia

“Qualquer igreja que não está seriamente envolvida no cumprimento da Grande Comissão renunciou seu direito bíblico de existir.”

(Oswald J. Smith)‏

sexta-feira, setembro 26, 2008

Pensamento do Dia...

"Acho a televisão muito educativa. Toda as vezes que alguém liga o aparelho, vou para outra sala e leio um livro."
Groucho Marx

*Amei isso! Roubei da Paula Potter.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Sem Palavras

Quisera eu saber falar

Acerca do que sinto.

Ledo engano pensar que tal sentimento

Pudesse ser traduzido em palavras.


Por mais que me esforce,

Tente e queira,

Parece impossível!


Letras e sentimentos fundem-se

E confundem-se

Transformando tudo

Num emaranhado indecifrável.


Minhas idéias escapam entre os dedos

Enquanto tento organizá-las

Em expressão.


Para que falar

Se poderia demonstrar?

Eis a grande questão.

Meu medo ainda é maior.


Queria correr até você

Abraçá-la e beijá-la

Mas o receio impede-me.


Daria tudo por um minuto ao seu lado.

Trocaria o melhor de mim

Se ao menos uma vez

Pudesse tocá-la.


Durmo pensando em você,

Sonho com você

E nem nos sonhos conseguimos ser felizes.


As luzes me atrapalham.

Brilham

E misturam as imagens

Para que eu a perca.


Dura coisa tem sido esta:

Ficar observando-a em sonhos

E contemplando-a apenas.


Tenho sede da tua presença,

Sede dos teus beijos,

Sede do teu corpo,

Uma ânsia quase possessiva.


Temo nosso encontro.

Tanto a amo que não saberei agir.

Como será quando a abraçar?


Como será o primeiro contato?

Permaneceremos nos olhando

Ou aproveitaremos cada instante

Para saciar nossos corpos?


Não sei.

E esse não saber me angustia

Pois temo não ter reação.


Quando você vier será outono.

Folhas secas,

Uma doce brisa,

Tardes amareladas e noites frias.


Não importa qual seja o clima quando a encontrar.

Em qualquer estação terá abrigo em mim,

Nossas noites serão cálidas mesmo no inverno.


Nossos dias serão alegres e floridos.

O universo celebrará conosco,

Os ventos levarão e proclamarão nosso amor

E os pássaros terão novo tema para seu canto.


Por enquanto, tudo é sonho

Tudo é fantasia

E ainda estou só.


Por faltar talento e engenho,

Valho-me da natureza.

Sinta o doce vento e ali estarei,

E na solidão do entardecer sempre me encontrará.


Velando por nós,

Esperando pacientemente,

Emudecido de amor

Por não saber falar acerca do que sinto.


*coisas que nunca ninguém leu...


quarta-feira, setembro 17, 2008

Seis anos

Dia 31 de agosto fez 6 anos que pisei na Paraíba pela primeira vez.
Cheguei em João Pessoa 12:20 horas. Desci do avião sentindo um calor enorme por causa do ar quente que não combinava com os tênis jeans de cano médio, nem com a blusa de malha que estava usando.
Liguei para minha avó. Tínhamos nos estranhado antes de minha viagem, porque ela não queria que eu viesse de jeito nenhum e ela chegou a me falar que eu deveria ligar só quando estivesse aqui, quando pisasse na Paraíba porque enquanto isso não acontecesse, ela não acreditaria.
Ela me pareceu emocionada. Acabou "concedendo sua bênção", meio que forçada; não tinha mais o que fazer.
Lembro de ter olhado ao meu redor, lembro do meu coração ter disparado.
Quanta coisa mudou! Precisaria de mais que um post para documentar uma vida de seis anos.
No fim das contas, hoje acho que foi a coisa mais acertada da minha vida ter vindo para cá, ainda que a família tenha resistido um bocado.
Acho também que trocar certos sonhos por este sonho aqui, custou e custa muito, às vezes tem um peso enorme, mas também confere uma satisfação que nenhuma outra coisa que eu fizesse poderia me trazer.
O resto sempre dá tempo para fazer depois e se não der, tudo bem.
Acredito que esses anos serviram para eu crescer como ser humano, como cristã, como mulher.
Vim com 20 anos, cabelos curtíssimos, recém pintados de castanho escuro para disfarçar o dourado que usava naquele mês; trouxe na bagagem tudo que achava que seria suficiente para seis meses (absorvente, shampoo, creme para o corpo), tinha um namoro meio indefinido e do qual ninguém sabia...
Agora estou com 26 anos. Cabelos naturais e compridos. A bagagem provisória deu lugar a uma casa, gata e cachorra. O namoro indefinido deu lugar ao casamento.
Não mudou o mesmo coração disparado quando chego no aeroporto de João Pessoa, seja voltando da Europa ou de São Paulo.
Não mudou achar a entrada da cidade linda toda vez que passo por ela e pensar "ainda bem que não era Mamanguape".
Não mudou a correria, talvez tenha até aumentado.
E não mudou a satisfação cada vez que deito, mesmo morta de cansaço, sabendo que mais um dia, fiz o que gosto de fazer, o que sei que fui chamada a fazer.

quarta-feira, setembro 10, 2008

Considerações Pessoais 1

Mesmo sabendo muitas coisas a respeito de muitas coisas (...), às vezes é preciso calar.
As pessoas se chateiam quando percebem que alguém sabe o que elas sabem ou um pouco mais do que elas sabem. Em geral, as pessoas gostam de confirmar que você não sabe e se alegram na arte de ensinar até o óbvio.
Ser "falso", pode soar como virtude.
As pessoas não se alegram pelo que os outros são, mas pelo que elas mesmas são.
Pessoas sentem-se bem quando são exaltadas em suas características, sejam realmente surpreendentes ou não.

terça-feira, setembro 09, 2008

Considerações Pessoais

A partir de hoje, sempre que estiver sem tempo, publicarei alguma de minhas considerações sobre as coisas de maneira geral. Estou com muita vontade de postar algo que escrevi, mas igualmente sem tempo. Quase não vi que tinha comentário para moderar!

Começarei com coisas simples, mas que me incomodam e/ou são importantes para mim.

A saber:


É preciso evitar reclamar demais a respeito de todas as coisas que acontecem e são diferentes do meu jeito e gosto.
Reclamar quando uma coisa é realmente ruim não é problema, mas viver discutindo com os outros sobre verdades relativas, é perda de tempo e neurônios.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Considerações Mineiras

"Quem muito fala, dá bom-dia a cavalo."

Minha primeira máquina de costura

Tem coisas que não mudam nunca.
O tempo passa, a gente pensa que está mutanto (não digitei errado, quis escrever com T mesmo) e de repente, aos 26 anos descobre que tem dentro de si a mesma pessoinha que tinha aos 6, 7 e 8 anos.
Faz quase 20 anos uma senhora da igreja, esposa de um de nossos presbíteros, me ensinou a costurar. A coitada ficou responsável para cuidar de mim e meus irmãos uns dias, não sei bem a situação, mas ela, costureira, ocupadíssima e sem saber o que fazer com os pirralhos - a saber, éramos três - tinha que continuar trabalhando e ainda virar mãe de três sem ter um sequer (ela e o marido não puderam ter filhos, embora o desejassem muito).
E fez o que sabia fazer bem: costurou. Lembro dela me levando entre as máquinas de sua sala, e lembro de ter cortado tecido para eu ver, de ter me mostrado como se fazia cada passo de sua atividade.
Me enfeitiçou na hora!
Fiquie vidrada por aquela coisa de máquina, tesoura, que já era mesmo uma paixão desde antes dessa idade e ainda é, e tecidos.
O interessante foi que fiquei encantada com os retalhos. Via nos retalhos dela a grande chance de eu ter roupas feitas por mim pra minhas bonecas.
Antes de eu ir embora, ela fez para mim, no mesmo papel que usava para os seus, moldes para minha Barbie aeromoça. Fez molde de saia, vestido, calça, bata... e como é uma pessoa com muito tutano na mente, me deu uma sacola de retalhos.
Carreguei aquilo comigo para aca sa da minha avó como se fosse o bem mais precioso da minha vida!
Minha avó perdeu naquele dia um carretel e uma agulha, que foram cedidas para eu começar meu ofício de costureira oficial da Barbie.
Quando o fim de semana acabou e meu pai me levou de volta para a casa da minha mãe, ela ficou meio revoltada por ver tanta tralha na minha mala, mas acabou prmitindo que ficasse comigo.
Peguei tanto gosto pela coisa que passei a fazer peças até para mim e aprendi a fazer consertos simples à mão - por anos fui a "fazedora" de barras da família da minha mãe.
Aos 10 anos ganhei minha primeira máquina de cotura. Como era linad!
E funcionava mesmo! Com umas pilhas ou com a manivela. E não tinha bobina, então a costura tinha que ser muito bem feita para ficar presa de verdade.
Aprendi a mexer no trem e esse foi um dos meus presentes favoritos anos a fio.
Um dia, já mais elha, perto dos 15 anos, minhna mãe pediu para eu dar à ujma de minhas primas. Acabei cedendo e me arrependo amargamente por isso até hoje.
Ontem fui à cidade vizinha e comprei uma máquina de costura. Não é com flores desenhadas, nem movida à pilhas. Evoluiu um tanto, ficou mais complicada de usar (tem que encher as bobinas =[ ) mas dentro de mim, quando sentei para testar os vários pontos e ver se eu ainda sabia alguma coisa, estava a mesma menina de quase 20 anos atrás. Não tinha uma Barbie ao lado, nem a Lúcia para dar as dicas, mas tinha o mesmo desejo, a mesma alegria, o mesmo desafio.
Assim que coloquei a linha, consertei dois shorts que estavam encostados esperando eu lembrar de mandar para a costureira, com a mesma atenção que dispensei para fazer a primeira saia de minha boneca.
Acho que todo mundo muda o tempo inteiro e ao mesmo tempo a essência permanece intacta.
Acho que a gente cresce e amadurece par poder enxergar que o sentido das coisas está naquilo que fazíamos naturalmente antes de aprender a ser quem queríamos ser.
E acho que quanto mais se anda para frente, mais se enxerga o que ficou para trás. Como uma pintura de pontilhismo. De perto não tem sentido algum, parece apenas tinta que espirrou na tela, mas de longe pode ser a mais bela das pinturas, um Monet...
Antes eu via apenas uns pontos, agora começo a ver que eles formam figuras, gentes, cores e lugares. Espero poder ter a sensibilidade de um dia, no futuro, enxergar a grande tela da minha vida, pelos olhos da experiência, sem nunca perder a alegria infantil e ingênua do passado.


terça-feira, agosto 26, 2008

Última Moeda

Aconteceu algo legal esses dias aqui na igreja. Mais precisamente, domingo, pela manhã.
Uma senhora me procurou, bem sem graça, com uma sacolinha vermelha fechada. Colocou na minha mão, sorriu e disse que soube que a igreja estava com poucos panos de prato na cozinha e que esse mês tinha "pegado em dinheiro", por isso queria fazer uma oferta especial. Ao abrir a sacola, vi os quatro panos de prato, novinhos, com estampas bonitas, a barra feita.
Fiquei muito emocionada.
Mas pano de prato nem é algo caro, por que me emocionar?
Porque essa senhora vive com menos de R$50,00 por mês para sua alimentação e quando ela diz que "pegou em dinheiro", ou é porque a filha mandou algo de SP (a filha não está em boa situação tb), ou é porque conseguiu um atestado médico para receber meio salário mínimo como "encostada" já que não consegue sua aposentadoria, ainda que tenha trabalhado todos os anos de sua vida, feito escrava. O patrão não a registrou, nunca pagou seus encargos tributários e morreu sem deixar nem um presente para essa mulher, que beirando os 70 anos, doente com diabetes e osteoporose não consegue resolver a questão de sua aposentadoria.
Lembrei daquela viúva da Bíblia, que deu sua última moeda.
Às vezes acho que essa senhora de nossa igreja age da mesma forma. E é tão sincera, tão humilde que não entrega nada na frente das pessoas e faz questão de falar comigo a sós quando tem algum dinheiro que quer ofertar.
Espero que da mesma forma, Deus olhe para ela, como Jesus olhou para aquela viúva e que se compadeça de sua situação, permitindo que ela consiga pelo menos a aposentadoria que garantirá pelo menos uma alimentação melhor para essa mulher.
Ela tem dado tudo o que tem, ainda que pareça pouco.
Qualquer um de nós pode comprar quatro panos, mas quase nenhum de nós pode ofertar sequer um.
Quero aprender com essa senhora a jamais segurar minha última moeda, colocando minha confiança somente em Deus e não no que estiver no meu bolso.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Memórias tristes

Não sei bem a razão, talvez nem haja nada especial, mas hoje quis olhar uma foto do carro do meu tio.
Foi fácil achar na internet, nem precisei recorrer à família, o que até facilitou para mim. Queria olhar o carro novamente. Fiquei procurando marcas de sangue, mas não é muito fácil encontrar sangue num carro vermelho, muito menos numa foto ruim.
Tento imaginar às vezes como eles estavam dentro do carro, sobre o que falavam, se viriam mesmo para cá ou se ele tava só tentando me deixar feliz dizendo que se desse estenderia a viagem até minha casa.
Tem horas que dá uma saudade tão dolorida, uma vontade de ir embora tb, de encontrar com todos eles.
Outras horas - e essas são a grande maioria - tenho vontade de não parar mais para pensar nisso, de fazer algo útil da minha vida, de servir gente pobre e miserável até eu morrer para pelo menos, enquanto estiver aqui, sentir que vale à pena passar essa tristeza, que vale mesmo continuar a viver.
Ontem meu marido passou muito mal, achamos que ele tem asma, e hoje ele cogitou a idéia de irmos embora daqui se ele não melhorar, talvez para um lugar mais desenvolvido.
Mas a não ser que seja caso de risco de morte, não penso em ir para lugar melhor. Quero ir para lugar pior, encher minha vida e meu tempo com os outros, servindo aos outros em suas necessidades emocionais e espirituais e se puder, até físicas. Mas não quero nada melhor.
Melhor para que? Para ganhar bem (sou voluntária aqui)? Para sair mais? Para voltar à vidinha social de SP? Não dá mais para mim.
Não quero chegar aos 50 anos, 70, que seja, olhar par atrás e perceber que não deixei um rastro bom na vida dos outros, que gastei todos meus dias de força e juventude para mim mesma.
Um dia isso acaba. Seja com o fim do mundo - sim, acredito piamente nisso - seja com minha morte, a vida tem fim nesse plano. Depois daqui, posso ficar tranqüila, estarei bem para sempre, mas enquanto estiver nessa terra, não quero ser apenas mais uma pessoa, um número, mais um ser, mas quero ser alguém útil, alguém com quem as pessoas podem contar.
Isso me faz ter razão prá não querer morrer quando a tristeza me invade.
Isso me mantém sã.
Isso me faz sentir viva.

segunda-feira, agosto 11, 2008

Dia dos Pais

Foi ontem, tudo bem, mas ontem estava ocupada o dia inteiro
De manhã com as crianças da EBD, à tarde num almoço com um pastor amigo nosso e sua família, no fim da tarde, tive ensaio com o grupo de louvor e à noite o culto.

N EBD fizemos a festa de premiação dos alunos. Cada vez que eles terminam uma revista fazemos isso para poder estimular a cuidarem de suas revistas, decorar os versículos etc.

Então, ontem teve bolo, refrigerante, presente para os vencedores e segundos lugares e também uma atividade manual para entregarem aos pais.

Na hora de pintar as lembranças, fiquei dizendo às crianças que os pais ficariam felizes em receber o presente deles, que era pra capricharem, essas coisas, até que um aluno me surpreendeu:

- Meu pai é um merda! - ele gritou.

As outras crianças até fizeram silêncio. As professoras que me ajudavam também ficaram um pouco assustadas. Não dava prá dizer aquilo daquele jeito. tinha que conversar com ele. Perguntei a razão de estar tão chateado com o pai dele (o menino tem só 6 anos) e ele começou a explicar que o pai tinha casado com a mãe dele e depois estava se abraçando com outras mulheres.

Tive vontade de chorar. Tentei conversar com esse menino, a sós mais tarde, mas ele não queria entregar a lembrança ao pai. Disse para ele entregar à mãe, que ela ficaria feliz também. Mas ele não tava querendo conversa comigo, estava muito agitado.

Depois que todas as crianças foram embora, ele permaneceu porque a mola que o traz à igreja tinha umas coisas para fazer antes de ir embora.

E ele estava muito agitado, subindo no portão, nas cadeiras, nas mesas. Como eu já sabia a razão, nem falei mais nada; resolvi deixar o pobre do menino em paz uns minutos.

Meu marido percebeu que ele estava no portão e ficou com medo dele cair, então foi até lá conversar com ele, pedir para descer.

Foi incrível a reação do menino! Ele desceu, sentou num banco e ficou conversando com meu marido, como se fossem melhores amigos.

Depois subiu no colo dele e ficou como um bebezinho. Deu um beijo na bochecha dele e se ajeitou agarrando seu pescoço.

Aquele menino é uma graça! Muito inteligente, lê bem, com fluência, aprende as lições, mas é muito bravo, muito nervoso e ontem foi a primeira vez que o vi ficar tão bonzinho com alguém. Ele sente falta da figura do pai, de um homem que o abrace, que o beije. De um homem com quem ele possa conversar e isso ficou mais que claro quando se aproximou de meu marido daquela forma.

Sou feliz por ter tido um pai presente mesmo que nossa vida tenha sido toda meio maluca, que eu seja filha de pais separados, nunca poderei me queixar de que isso fez meu pai se tornar ausente em minha vida.

Espero, se chegar a ter um filho, que meu marido e eu possamos oferecer a segurança que uma criança precisa, o carinho, a disciplina e o amor que percebo que muitos pais e mães não têm conseguido suprir.

E fica aqui meu registro de que amo muito meu pai, que sinto saudades dele todos os dias e que me sinto privilegiada, numa multidão de pais ausentes, por ter o meu tão próximo.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Coisas importantes

. Ficar em casa.
. Ficar com a família.
. Ficar sozinha.
. Ler.
. Ouvir música.
. Falar com amigos.
. Chorar com amigos.
. Abraçar amigos.
. Amigos!
. Computador.
. Descobrir que há vida sem computador.
. Exercitar-se.
. Dormir "até cansar".
. Casar.
. Não casar.
. Descobrir que enxerga melhor que pensava.
. Tocar um instrumento (ainda que mal).
. Falar menos...
. Saber libras.
. Saber inglês.
. Saber espanhol.
. Saber romeno (nem para todo mundo).
. Desenhar.
. Cozinhar.
. Aprender um novo instrumento (flauta irlandesa é a da vez).
. Ter animais.
. Trabalhar.
. Morgar.

Estar viva...

segunda-feira, agosto 04, 2008

Tudo Novo!!

Gosto muito de rotina.
Sou uma pessoa naturalmente desorganizada. Nasci com a capacidade de viver em harmonia com ambientes altamente caóticos. Talvez isso se deva à minha mãe, extremamente bagunceira, ou ao fato de termos sido 4 irmãos em casa (fora os que vieram depois da minha adolescência).
Meu pai diz que fui rato na outra encarnação. Como não acredito que reencarnamos, descarto essa hipótese, mas que ela explicaria muita coisa.. como explicaria!
Por isso, exatamente por ser assim, esquisitona mesmo, sem organização nenhuma, mas ainda assim amante da limpeza, de andar descalça e à vontade pela casa, tenho que ter rotina.
Pessoas como eu não podem viver sem rotina, sem normas claras para convívio em família, senão dominam a parada e já era para o resto dos agregados.
Mas, convenhamos, não tem nada mais chato que rotina. Tem?
Enjoa, pode causar mal de Alzheimer (não sou médica, mas leio coisas por aí), automatiza o corpo e a mente, provocar L.E.R. (NÃO SOU MÉDICA, mas leio coisas por aí) e além de tudo tira o prazer de atividades vitais.
O que fazer??
O que pessoas como eu, que precisam da rotina, podem fazer para se manter alinhadas e ainda assim ter prazer de viver?
Primeiro, tomar banho assim que acordam. Dormir sempre um pouco menos do que gostariam e uma vez por semana, simplesmente dormir quanto quiser, a hora que quiser. Comer bem, mas não comer à noite. Priorizar as refeições da manhã. Ter um gato. Ter uma flor que não precise de cuidados excessivos (ok... serve um cacto ou uma de plástico que a gente lava na torneira do tanque uma vez por mês para garantir que não tem nada "vivo" nela).
E pode também... tã tã!!
Mudar a rotina!!
Exatamente!! Criar uma nova rotina. Não é anarquizar, é fazer o mesmo de jeito diferente, é deixar de ligar o pc na mesma hora, deixar de levantar do mesmo lado da cama e talvez até de dormir do mesmo lado.
É escovar os dentes com a mãe esquerda (para canhotos, com a direita), aprender pelo menos uma música nova no violão a cada mês.
Fazer tudo o que deve ser feito, mas de um jeito um pouco diferente.
Tudo isso para dizer que mudei o blog porque não aguentava mais olhar para ele do mesmo jeito.
Coisa nova, no mesmo bat-endereço, com a mesma bat-regularidade de escrever (=nenhuma), mas com cara mudada.
Não sei se me fiz entender. E importa?
Nu cred.

sexta-feira, julho 25, 2008

Blogs

Ando pensando em ter outro blog paralelo a esse, mas com estudos bíblicos, pequenas meditações diárias. Coisas simples, que sendo úteis para mim, poderiam ajudar outros. Mas depois fico dividida entre ter um novo blog e não cuidar dele como deveria. Depois penso em fazer um site, com tudo o que tem aqui, mais o que quero fazer (tenho mil planos e não levo quase nenhum nessa esfera internética à frente).
Queria ter um espaço para colocar material de educação infantil. Queria ter outro espaço para poder colocar coisas engraçadas que acho pela internet. E ainda outro espaço para colocar as coisas que aprendo sobre o ubuntu. E como posso me esquecer?
Um espaço para colocar dicas de espanhol.

Acho que vou largar tudo e voltar a desenhar que ganho mais...

quarta-feira, julho 16, 2008

Porque não tomo banho

"10 razões porque não tomo banho"

(Paralelo a "10 razões porque não vou à igreja" )

Pessoas que não freqüentam os cultos sempre dão algumas desculpas razoavelmente interessantes para justificarem-se. Para mostrar a fraqueza dessas desculpas, alguém elaborou uma lista bem humorada chamada: "DEZ RAZÕES POR QUE NUNCA TOMO BANHO".

1 - Fui forçado a tomar banho quando era criança.

2 - Pessoas que se banham são hipócritas - elas se acham mais limpas que as outras.

3 - Há muitos tipos de sabonete, eu nunca decidiria qual usar.

4 - Eu costumava tomar banho, mas tornou-se uma coisa chata.

5 - Nenhum dos meus amigos toma banho.

6 - Tomo banho apenas no Natal ou na Páscoa.

7 - Começarei a tomar banho quando ficar mais velho.

8 - Não tenho tempo.

9 - O banheiro é muito frio.

10 - Os fabricantes de sabonete estão somente atrás do meu dinheiro.

A comparação é óbvia. A maioria das desculpas para não se ir à Casa de Deus, são furadas. Assim também são os motivos pelos quais as pessoas não dão atenção para os assuntos espirituais.

Pena que isso aconteça... Pena que muitos inventam tantas desculpas... Agora, pense um pouco: O que essas pessoas vão ouvir de Deus (O SENHOR; O criador do Céu e da terra) na hora da sua morte? " Vinde benditos do meu Pai?". Mesmo crendo no imenso amor, na graça e na misericórdia de Deus, creio também no seu juízo e creio que Deus não vai fechar os olhos para aqueles que se fizeram de surdos e de cegos durante a curta vida aqui neste mundo. Pense: "De Deus não se zomba, aquilo que uma pessoa plantar, isso colherá" (Gálatas 6.9). "HOJE SE OUVIRDES A VOZ DO SENHOR, NÃO ENDUREÇA O SEU CORAÇÃO" (Hb 4.7).


Achei interessante. Extraído daqui.

TB

TB = Tuberculose

Quando estava mais ou menos com 6 anos, minha mãe teve tuberculose. Fez tratamento um ano e lembro que ela ficou muito mais magra do que já era.
Fora isso, não tinha mais ouvido falar nessa doença mais. Ponto.

Fernando e eu chegamos no Brasil faz quase dois meses e assim que pisamos em SP ele começou a tossir. Isso não era exatamente novidade, porque ele é alérgico e SP tem clima maluco além de ser muito poluída. Mas a tosse persistiu e em uns 15 dias, ele tinha perdido quase 5 Kg. Fiquei muito preocupada, mas não tinha idéia do que poderia ser.

Ate que numa noite, ele foi fechar os portões e não parava de tossir. Voltou correndo e me mostru que estava "tossindo sangue".

Corremos para o pronto-socorro aqui da cidade, e o médico, muito aborrecido por ter sido acordado, disse que estávamos preocupados à toa, que não era nada. Insisti com ele, pedi uma radigrafia e ele sorriu, disse que era apenas tosse alérgica e que algum vasinho tinha se rompido pelo esforço da tosse.

Mas desde quado médico cala inquietação de mulher?? Antes de sair da sala dele, pedi para requisitar uma radiografia do tórax. Ele fez, com muita falta de vontade.

No dia seguinte, pela manhã quis ir à clínica e claro que o Fernando não quis. Homem é esquisito demais! Fica derrubado na cama com uam gripezinha e ao mesmo tempo nãõ tem coragem de fazer um exame detalhado porque acha que é sempre o fortão... ô besteira....

Mas ele foi e fez.

Uma semana depois o laudo chegou e a suspeita era de tuberculose mesmo. Depois de idas e vindas ao médico e mais exames para confirmar, ele começou o tratamento que deve durar 6 meses, no mínimo. Não se pode fazer tratamento mais curto.

Por que esse post?

Atenção:

* Tosse persistente por mais de 15 dias.
* Febre baixa no fim da tarde.
* Perda de peso.
* Perda de apetite.
* Suor noturno.
* Fraqueza progressiva.

São sintomas de tuberculose. Algumas pessoas são contaminadas pelo bacilo, mas porque estão com as defesas do organismo "em ordem", nem percebem o processo no corpo. Porém, resistência bixa, baixa imunidade, podem fazer com que o processo se desenvolva, trazendo o quadro acima.

Dois casos de pessoas muito próximas a mim, minha mãe e meu marido. Com certeza há outras muitas pessoas pelo nosso país passando pela mesma coisa, e sem saber.

O tratamento é fácil, gratuito, simples e completamente eficaz. Mas é preciso procurar o médico o quanto antes e ter paciência par atomar os remédios por 6 meses.

Era isso.

segunda-feira, julho 14, 2008

Desbloqueio de Celular Oi

Consegui!

Esses dias resolvi comprar um chip da Tim para falar com uma amiga de SP e com a família tb. Todos têm Tim lá e a ligação para a operadora referida custa o preço de uma ligação local, o que é um excelente negócio.

Quando coloquei no meu aparelho para testar, tan-tan!! Bloqueado!

Meu aparelho ainda é da época recente em que a Oi vendia aparelhos bloqueados.

Agora há a lei, que nos permite desbloquear gratuitamente o aparelho em qualquer loja, mas com meu marido doente (TB, next post) achei melhor tentar pela internet mesmo.

Acabei achando um post com a chave de ouro para minha questão.

http://desbloqueioaparelho.novaoi.com.br/

Basta entrar nesse site, que salientando, serve apenas para aparelhos Oi, digitar o seu IMEI e pronto. Ele te dá o código de desbloqueio, subsídio, ou pin rede - chame como quiser.

No post em que eu encontrei, o autor disse que só abriria em Iexplorer. Uso Firefox e abriu aqui, sem problemas, quando cliquei no link dele. Isso é algo a considerar, porque quando digitei o site, não abriu, mas pelo link, sim.

Meu celular é Motorola. Bastou inserir o novo chip (Tim) e ligar. Ele pediu o pin rede e coloquei o código recebido. Procure saber como é com o seu celular.

Se naõ conseguir ou se seu aparelho for de outra operadora, vá até uma loja e peça para fazerem o servicinho de um minuto para vc. E DE GRAÇA!!

Não caia no conto dos R$5,00. Lei é lei e esse direito é nosso.

Tô cansada dessas empresas de telefonia encherem os picuás e a gente não fazer nada.

Espero ser útil para alguém.

quinta-feira, junho 26, 2008

Gump

O que o Forrest Gump e eu temos em comum?

Facílimo! Botas!

Parece que tenho sina de ter problema com os pés e pernas... Quando era pequena, era um troço chato para dormir, uma bota com pinos em baixo e que tinha uma barra de ferro separando um pé do outro.

Esses dias, uma inflamação debaixo do osso do meu pé me colocou outra vez de Forrest.

É a vida. E voltei a deixar tudo claro aqui porque tava cansada de ficar de luto.

quarta-feira, junho 25, 2008

Não há nada novo sobre a terra...


Todas as coisas são mesmo uma repetição do que se foi.
Verdade incontestável.
E aqui, antes de eu ir dormir - finalmente!! - um exemplo disso.
Elas ontem, eu hoje. Equipamentos um pouco diferentes, mas a essência, é a mesma.

terça-feira, abril 29, 2008

Quase em casa!!


Na verdade, quase em casa porque estamos na Romenia que de certa forma, eh tb minha casa depois do casamento... A gente vira um, mas no meu caso, acabamos duplicando a nacionalidade.

Passamos por um tanto de lugares. Tenho ateh preguica de dizer... E acho que soh conseguirei colocar as fotos quando voltar para a terra verde-anil.

Para nao dizer que nao coloquei nada, tentarei agora uma.

Antes que esqueca, tenho trabalhado em escrever uma coisa sobre missoes e os pontos de vista sobre o campo, o tempo e a interferencia dele no trato das pessoas com os missionarios e vice-versa e tb sobre o impacto disso tudo no trabalho missionario.

domingo, abril 13, 2008

Mai putim...

Ainda temos um tempao para ficar por aqui.

A vida eh mais cara do que se pode imaginar, mas ainda mantenho a ideia de que certas pessoas sabem piorar as coisas e outras sabem melhorar..

Fazer o que?

O "tour" estah ainda na metade. Lista de coisas legais e estressantes depois, quando houver mais tempo e menos olhos.

Olhos sao coisas muito incriveis!

A Lidia me escreveu. Pareceu tentar parecer bem, mas gostaria de saber que eh realmente o que eh.

Nada de saudades do Brasil. Sinto saudades da minha casa e da minha cama. A gente roda, roda e nao existe cama melhor que a minha. Sinto saudades da Sofia. E acho que o resto eh resto mesmo. Comida e gente eh tudo igual e tudo diferente em todo lugar. Mas minha casa nao. E parte dela eh meu marido, que eta aqui.

Terziu!

segunda-feira, março 31, 2008

Espanha

Estamos na Espanha jah faz uns dias.

O lugar eh bonito (Malberia) e a circunvinhanca tb. O clima eh agradavel, o dia eh claro ateh depois das 7 da noite, quando comeca a querer escurecer. A gente pensa que ainda sao umas 4 da tarde, e sao 7. Eh interessante.

Bom, alem disso, nao experimentei comidas exatamente culturais, porque tenho percebido que a globalizacao jah tomou conta dos restaurantes e estomagos, alem do fatro de estar hospedada num apto com romenos... Isso certamente dificultou a pureza alimenticia (???)

Fotos aqui, soh quando tiver tempo de verdade, o que tah dificil e internet nao eh de graca...

O mundo moderno eh tb caro.

domingo, março 16, 2008

Lembrando o que naum se esquece...

Estava buscando umas coisas na internet e resolvi dar uma busca no site da IPB. Ainda naum tinha encotrado nada sobre a morte do meu tio e achei meio desaforo. Coisa de familia mesmo.... nada demais.
Mas mes passado naum tive tempo nem como ficar atras disso e soh hoje consegui me lembrar de dar uma busca.
Achei.
Um artido no BP.
Colocarei aqui assim que puder.

Hoje achei um exemplo para mostrar a sensacao que tenho o tempo inteiro.
Eh como se existisse uma realidade que naum fosse compativel com o que vejo.

Eh como o tomate da Romenia. Sei que eh tomate pela forma, pela cara, pela cor, pela placa na vendinha, pelo cheiro. Mas quando como, parece que eh isopor.

Sinto-me assim em relacaum a tudo por aqui, aqui em minha vida.

Naum sei se gostaria que o tomate fosse realmente isopor ou que ele fosse realmente tomate.

sábado, março 15, 2008

- 4

Chegamos faz 10 dias aqui na Romenia.
Nao tenho acentos no teclado, logo, a postagem "soarah" errada. Por isso, dentre outras coisas, serah curta.
Estamos bem. O clima eh bom e tenho visto um monte de arvorinhas ficarem verdes.
O ar mais frio, dormir ateh mais tarde, comer comida que outros fizeram e nao ter obrigacao na igreja tem feito com que eu descanse mais.
Minha pele estah horrorosa. Toda vez que viajo ela fica assim, com uma irritaxao, fica avermelhada, como se fossem sair espinhas enormes.
Acho que bebo pouca agua fora de casa e acho que como mais coisas fritas do que deveria.
Se uma coisa fica ruim, outra melhora prah compensar.
Emagreci mais um pouco!!
Depois que casei, na verdade, depois que comecei o tratamento para cistos, engordei quase 5kg.
Isso estava me chateando junto a outras coisas.
Queria emagrecer, mas nao conseguia. Nao sou comilona, em casa usamos coisas saudaveis...
Por fim, decidi comecar a me preparar para engravidar e parei de tomar o anticoncepcional. Os cistos jah nao sao um problema e naturalmente tenho emagrecido.
Perdi 4 desses 5kg.
Descobri isso ontem.
Encontrei umas pessoas que vi dois anos atras e contei que tinha engordado. Elas acharam estranho eu falar isso e disseram que nao achavam. Claro... as pessoas gostam dessa besteira de falsos elogios.
Mas, resolvi me pesar e surpresa!! Emagreci 4 kg!! Fata apenas um para chegar no que tinha no dia do casamento. Eh bom. Por isso me sinto um pouco melhor nas roupas...
Bom, uma noticia boa depois de tantas outras ruins...
Eh besteira, uma coisa superflua, eh verdade, mas a vida eh feita de momentos e coisas como essa.

segunda-feira, março 03, 2008

Viagem

Depois de amanhã vamos "romenar".
Tínhamos decidido desde o ano passado que precisávamos viajar esse ano para a Romênia. Não é exatamente um passeio, mas nem deixa de ser.
Vamos resolver coisas de documentação e aproveitar para rever família, amigos, colegas, parceiros de trabalho e assim por diante.
Serão 3 meses. Sentir frio acho que vai me fazer bem... pegaremos o fim do outono e o começo da primavera.
Será bom ver a primavera onde tem primavera.
Tô mesmo querendo ver algo mudar do estado de sem para com vida.
Lembro das árvores do bosque de Plopeni. Secas, cobertas pela neve.
Tudo aparentando ter morrido... menos os pinheiros, é claro! Eles são algo à parte.
Chegar lá e ter a oportunidade de ver a renovação da natureza deve trazer algo de bom. Por aqui é época das lagartas virarem borboletas. Avistei as primeiras duas ontem pela manhã. Agora verei galhos secos voltarem a ser árvores.
A natureza se renova o tempo inteiro, em todos os lugares, à sua maneira.
Torço para que certas vidas que me rodeiam passem pelo mesmo processo de renovação em nossa ausência.
Tô cansada de gente que tá vida, mas vive como se estivesse morta.
Aff... como ando fúnebre!
Vai passar, Carolina, vai passar...

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Meu aniversário

Yes. Hoje é meu aniversário.
Senti-me estranha durante a manhã, como se fosse errado eu completar mais um "ano de vida". Parece que comemorar a vida é algo ofensivo nesse momento. Sei que não é, que a vida segue etc etc mas a sensação foi essa.
Esse ano nossa família não deveria fazer aniversário. Cada família deveria ter o direito de não fazer aniversário durante o ano da perda de parentes próximos. Seria facultativo, porque somos um país democrático (somos??) e seria injusto e feriria a constituição se obrigássemos todos a fazer a mesma coisa.
E deveria também ser um ano por direito "sabático".
Quem consegue trabalhar direito ao perder quatro parentes amados?
Vamos mudar as leis! Vamos vestir a camisa dos enlutados desse país!
E tudo, de um jeito ou de outro, é política.

Fome


Criança desnutrida na África.

Se antes eu precisava desses lembretes, agora dependo deles.

Porque existe dor maior que a nossa. Sempre. Em algum lugar.

Não somos os mais sofridos desse mundo, os que enfrentam dificuldades. Essa dói em nós hoje, mas e a dor de todos e tantas dores diárias que ignoramos?

Choramos a morte de nossos queridos.
Mas alguns choram a necessidade de sobreviver.

Choro a saudade de alguém que se foi, mas posso pegar um avião e encontrar meus parentes vivos e dar-lhes um abraço.
Mas alguns choram o abandono perpétuo.

Quantas famílias choram todos os dias dores iguais à nossa, maiores que a nossa?

As vítimas da guerra. Do Iraque, do Afeganistão, de Israel. A repressão cubana. As tribos africanas. Os bebês assassinados nas nossas tribos, tirados de suas mães com os peitos fartos de leite.

Seria muito mesquinho me fechar em minha dor. Ela é grande, não a minimizo. Ela é forte, não a subestimo. Mas estou aqui, no conforto da minha casa. Durmo ao lado de meu marido. Escrevo num computador.

E sou livre. Saudável.

Acredito que um dos remédios agora seja olhar para a dor alheia.

Porque tem sim, sofrimento maior que o nosso.





segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Sentimentos...

Nunca tinha me deparado com a morte de maneira tão próxima.

Perdi minha bisavó, mas ela estava "passando da hora de morrer", quero dizer, muito velha, com sinais de esclerose, a mente não muito são mais fazia algum tempo. Às vezes reconhecia a família, às vezes não. E ela estava velhinha. Nós "esperávamos" que morresse.

Fora isso, morreu um tio do meu pai, o Samuel, que se conheci, era bebê. Não fez tanta diferença e pouco tempo atrás morreu um outro tio dele, o Levi. Foi uma morte triste, ruim e que ficou entalada na nossa goela, por causa de como aconteceu. Ele foi atropelado enquanto atravessava uma avenida perto da casa da irmã dele (minha avó). Ficou internado uns dias e morreu. Ele era alegre, brincalhão, cantava tocava violão. Era muito legal chegar na casa dos meus avós, sentir o cheiro de café e ver os três, minha avó, meu avô e o tio Levi, cantarolando um hino a três vozes... Era legal também quando se apresentavam na igreja.

Ele sofreu o acidente enquanto eu estava dentro do avião, voltando das férias em SP aqui para minha bat-casa. Tínhamos nos visto um dia antes. Ele tinha me dado aquele super abraço "põe-coluna-no-lugar". Fiquei triste. Não chorei. Passei uns dias sem entender. Mas mesmo assim, era um avô, quase bisavô. Tinha feito tudo o que se espera que um homem faça na vida - em nossa vã e supérflua filosofia, claro - e apesar da morte naõ ser natural, a ordem cronológica mais ou menos foi.

Por parte de mãe também sofremos a morte de algumas tias dela. Tia Nega, cujo nome verdadeiro é uma incógnita para mim. Uma mulher que conheço apenas por histórias, que tinha um gênio daqueles... Morreu não lembro de que, mas era velha e não tínhamos contato. Ela morava no interior de SP, muito longe de nós e fora minha avó, irmã dela, que sofreu muito, acho que nem minhas tias irmãs da minha mãe sofreram.

Depois dela, morreu a tia Ignês. Ela eu conhecia melhor. Lembro dela em várias ocasiões e ela esteve em itu, na casa da minha avó materna e conversamos e nos abraçamos antes de eu voltar de férias (outras em SP).

Gostava dela, apesar de ser uma tia também distante. E aprendi a admirar seu comportamento de boa mãe, boa filha (pelas histórias, obviamente), boa cristã. Ela sofreu muito com o câncer. Lutou bravamente contra ele durante três anos, mas não resistiu. O golpe final foi dado quando soube que há anos era traída por seu marido. Parece que ela se entregou. Quem não se entregaria? Foi sofrido, mas não chorei. Fiquei uns dias pensando naquilo... mas é a vida. Ela era uma senhora, bisavó.
Estava cansada de lutar com seu corpo.

Mas essa morte do tio Ailton, da Kátia, da Bruna e do Caio.... meu Deus! Que difícil tem sido!

Tudo tão "interrompido", todos novos, o choque de serem quatro, não apenas um, estarem passeando, ter ficado vida só uma mãe sem filhos e agora viúva!

Fazia anos que não chorava tanto! Agora as lágrimas parecem ter chegado ao fim, mas não consigo seguir normal ainda. Tenho me esforçado, tenho um marido muito compreensivo, tenho tentando manter as atividades regulares, mas não dá. Simplesmente não dá. Parece que ficou um pedaço da gente (falo por minhas tias, tios, meu pai - era irmão dele - meus avós) preso no cemitério de Ribeirão Pires. E falar, escrever, lembrar disso, dói.

Dói agudo, o peito sente uma fisgada, uma pontada... é físico mas é quase impossível descrever.

O que faz as emoções oscilarem tanto nem sei dizer. A perda parece maior agora.

A imagem dos quatro nos caixões. A risada boa do tio um dia antes dizendo que ainda tava em pé o plano de passar aqui em casa. A vontade de ligar para ele e não poder mais. A foto encontrada sem querer com o Caio no meu colo e todo mundo rindo com o biscoito de polvilho da vó que saíra do forno. As piadas de morte, sobre morte que o tio adorava contar. A Kátia se preparando para prestar vestibular no fim do ano. A Bruna pedindo para jogar no meu Palm. Cuidar do Caio para a Lídia tomar banho antes do culto. A imagem dos quatro nos caixões. As fotos deles no Orkut. A tiração de sarro do tio quando me encontrou pela primeira vez depois do meu casamento aqui em casa. O cuidado dele quando pensou que eu estivesse grávida e os conselhos para eu não tomar remédio para infecção urinária. O choro amargurado quando ele veio a primeira vez aqui em Rio Tinto, quando nos encontramos na rodoviária em Mamanguape e nos abraçamos. As lutas juntos. Os segredos que tínhamos. A alegria dele ao ver que finalmente aqui havia uma casa para obreiros. As dicas de eletrônicos. O amor forte pelo meu pai que nós dois compartilhávamos e o desejo de vê-lo na igreja. A imagem deles no caixão.. Os quatro caixões.

Não tem como esquecer nada disso. Nem sei se quero. Quero só que a vida encontre logo seu novo caminho se ser em meio à essa bagunça agora.

sábado, janeiro 26, 2008

Nárnia

Aos que estiveram conosco nesse momento tão difícil, nossa gratidão.

Agradecemos por suas orações, pelas palavras sinceras de encorajamento, por chorarem conosco, por ajudarem com os recursos financeiros, por todo o apoio que sentimos de cada um.

Será sempre impossível devolver cada gesto e cada palavra amorosa que recebemos de vocês.
Que Deus, em sua infinita bondade e amor, os abençoe. É o que podemos desejar e pedir.

O tio Ailton gostava muito de histórias. Contava tantas quantas pudesse, o tempo inteiro.

Nos últimos meses, lia para sua filha de 7 anos "As crônicas de Nárnia" de C.S. Lewis. Ele tinha uma edição completa, linda, ilustrada - que já não se pode encontrar para comprar - e havia terminado "A cadeira de prata".

Não teve tempo de ler para ela a última parte do livro, "A última batalha". Mas não tem problema. Eles, Ailton, Kátia, Bruna e Caio, já passaram pela última batalha, venceram e podem desfrutar de "Nárnia" como não seria possível antes.

Se algo nos consola em nossa tristeza e em nossa dor, é a visão simples e infantil que Lewis nos deu. Podemos imaginar os 4 entrando em "Nárnia", pasmos diante de tanta beleza, alegres como jamais estiveram, rindo, brincando e desfrutando da plenitude da presença de Deus.

para imaginar o tio de bermuda, camiseta pólo verde, o caio nos braços, a Bruna correndo na frente e a Kátia ao lado.

São coisas que desconhecemos, mas nutridas pela certeza de que um dia, demore quanto demorar, estaremos juntos e toda lágrima será enxugada de nosso rosto.

Deus seja louvado por essas vidas preciosas!

Abaixo, um pequeno trecho do livro que não pôde ser lido.

Um grande abraço a todos.


"E à medida que Ele falava, já não lhes parecia mais um leão. E as coisas que começaram a acontecer a partir daquele momento eram tão lindas e grandiosas que não consigo descrevê-las. Para nós, este é o fim de todas as histórias, e podemos dizer, com absoluta certeza, que todos viveram felizes para sempre. Para eles, porém, este foi apenas o começo da verdadeira história. Toda a vida deles neste mundo e todas as suas aventuras em Nárnia haviam sido apenas a capa e a primeira página do livro. Agora, finalmente, estavam começando o Capítulo Um da Grande História que ninguém na terra jamais leu: a história que continua eternamente e na qual cada capítulo é muito melhor do que o anterior"

As Crônicas de Nárnia - A Última Batalha, C.S. Lewis

domingo, janeiro 20, 2008

Dias Tristes

MInha última postagem foi no dia 14.
Um dia antes do aniversári domeu marido.
Passamos um dia 15 esquisito, meio "jururus" apesar do almoço especial de aniversário feito por pessoas muito atenciosas, muito queridas por nós.
No fim da tarde estávamos mais esquisitos ainda.
À noite meu marido foi ao culto na igreja e eu estava fazia algumas horas sentada, no mesmo lugar e muito entristecida.
Cerca de menos de uma hora depois de ele ter saído, meu pai me ligou e, por sua voz, soube imediantamente que as notícias seriam ruins.
Meu tio morreu. Estava em férias, depois de muito tempo. Ele e a família (3 filhos e a esposa) estavam a caminho da casa de um outro parente, onde descansariam. Tinham planos de passar em nossa casa no nordeste.
Mas em MG, um acidente os levou de todos nós.
Ele e seus 3 filhos morreram. A esposa está hospitalizada, mas vai se recuperar.
Nâo há nada que se possa falar para expressar nossa dor, nossa tristeza.
Era uma pessoa querida em nossavida, em nossa família inteira. Alguém que amava a Deus acima de tudo, que amava a família, vivia por ela. Alguém sempre presente, cuidadoso, sensato.
Não falo isso agora que morreu, mas graças a Deus, tive a oportunidade de falar isso para ele uns dias antes de sua viagem, menos de uma semana e também de ouvir sua risada um dia antes.
Sabemos que ele está melhor agora. Que se alegra inteiramente da presença de Deus de uma maneira que nenhum de nós, enquanto nessa terra, poderá desfrutar.
Mas a dor corrói. A dor dilacera nosso peito.
Nesse momento gostaria apenas de registrar o quanto o amava, e ainda amo e como tem sido ruim e dificil a saudade.
Mas nós nos veremos.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

2008

Esse ano começou super corrido, com um monte de problemas dos outros para ajudar a resolver fora minha própria vida que por si já é agitada.
Mas, nada a reclamar.
Com tudo isso, tem sido um ano proveitoso até agora e especialmente nesse fim de semana quando resolvemos muitas questões relativas à igreja aqui.
Logo trarei mudanças.
Andei olhando as visitas por dia e acho um desrespeito não ter colocado mais nada para quem anda vasculhando por aqui.
Conforme tinha mencionado uns posts atrás, estou me preparando para poder postar sobre minhas muitas descobertas no Ubuntu e acho que poderão ajudar aos iniciantes como eu.
Até mais.
* Em breve