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quarta-feira, outubro 03, 2007

E lá vamos nós...


Alguém deve se lembrar, não é possível, daquele desenho do Pica-Pau em que tem uma bruxa eles procuram a vassoura encantada dela. Aliás, ela procura, mas em vão, uma vez que ele a escondeu entre tantas outras comuns, com a mesma cara de vassoura-de-bruxa, sem o poder da dita em questão.

Cada vez que a bruxa pegava uma vassoura e sentava nela, bradava:
- E lá vamos nós!
Mas nada acontecia. Eram milhares de vassouras sem resultado e o desenho termina com o passarinho feliz e a bruxa quase doida.

Às vezes me sinto assim. Parece que até as coisas que eu conhecia e sabia como funcionavam deixaram de funcionar ou se misturaram a tantas outras comuns que já não posso distinguir entre elas.

Deixe eu desligar minha panela que está com beterrabas.

Pronto.

Então, fico pensando sobre o quanto interefere na vida da gente a falta de valores corretos que se propaga pelo mundo. Quanto realmente podemos suportar dessa carga toda, 24 horas por dia, nos amigos, nos colegas, nos parentes malucos, nas igrejas malucas, nas igrejas que antes eram saudáveis, na tv.

É fogo, mas acho que todos nós somos contaminados por isso.

Estou numa fase de grande ira. Ira com gente lerda, com gente que deturpa os valores corretos, que joga com verdades para construir uma mentira... Estou uma "arara", essa é a verdade, mas não sei quanto disso me afeta.

Acho que era uma pessoa melhor uns anos atrás, sei lá. Menos ocupada e preocupada, menos estressada e mais astuta em perceber os caminhos.

Ou talvez fosse mais arrogante e por isso não analisasse direito, partindo apenas de um ponto de vista e fazendo assim as coisas parecerem mais simples, sem serem, mas limitando-as em meu ponto de vista.

Por Ferreira Gullar:

"Fluo obscuro de mim, enquanto a rosa
se entrega ao mundo, estrela tranquila.
Nada sei do que sofro.
O mesmo tempo
que em mim é frustração, nela cintila.

E este que por sobre nós espelho, lento,
bebe ódio em mim; nela, o vermelho.
Morro o que sou nos dois.
O mesmo vento
que impele a rosa é o que nos move, espelho!"

Volto às beterrabas.

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