Tive algumas dificuldades nos primeiros dias para amamentar
o Levi, como já citei aqui. Foram poucos dias, muito difíceis, mas nos
acertamos, a produção normalizou e tudo ok.
Ele sempre mamou muito, e sempre ficou feliz mamando. Era até
engraçado ver.
Já maiorzinho, ele andava pela casa e voltava só para dar um
gole, como quem mata a sede.
Isso de forma alguma atrapalhou a introdução de sólidos. Sempre
foi bom de garfo também, contrariando muitas crenças e ditos por aí.
Mas o desmame... não foi exatamente como planejei. Gostaria de
ter amamentado até os dois anos. Queria engravidar nesse tempo, como de fato
aconteceu, quando ele estava com 1 ano e 3 meses. O problema é que comecei a
ter contrações fortes, cólica de precisar ficar sentada de olhos fechados para
suportar e o obstetra disse que eu precisava parar imediatamente.
Saí do consultório chorando. Liguei para a pediatra, ela
disse que achaca preciptado tirar, porque ele gostava muito e estávamos bem
assim, mas que conversaria com duas amigas ginecologistas humanizadas, com quem
estava almoçando e me ligaria em seguida.
As amigas ficaram divididas, mas por fim, por causa da
cólica ser intensa, acharam que seria melhor interromper. Não tive coragem de
tirar de vez, num dia só. Cortei o hábito de mamar logo de cara (aqueles
golinhos) e mantive a de dormir e a da manhã, que sempre foi nosso momento
especial, porque ele acordava, ia para nossa cama e ficava mamando e
tagarelando.
Cortei a da noite, que me trazia mais desconforto. Ele sofreu.
Chorou muito, o pai o acalmava, cedi algumas vezes porque nunca tinha deixado
que ele chorasse por querer mamar.
Ele entendeu, acostumou. E, finalmente, tirei a da manhã. Conversei,
expliquei, disse que ele tomaria um copo de leite morninho ainda na cama e é o
que fazemos até hoje, porque é nosso momento especial, de ficar abraçados, de
conversar, de beijar. Nós dois gostamos muito disso.
O processo de desmame durou pouco mais de 2 meses, ou seja,
ele desmamou de vez com 1 ano e 6/7 meses. Se por um lado eu sofri, acho que
foi melhor. Conhecendo o meu filho sei que para ele seria mais difícil ceder enquanto
tinha a irmã mamando. Ele entraria em guerra mesmo, ficaria triste. Ceder para
ninguém é uma coisa, mas entregar para a irmã... tsc tsc.
Algumas vezes durante esses 4 meses de vida da irmã ele
chegou a pedir para mamar. “Só um poquitinho,
mãe”. Nunca cedi porque via que era um pedido sorridente, não ressentido e ele
sempre aceitou as negativas.
Mas anteontem foi fogo! Estávamos sozinhos em casa, ele
pediu diversas vezes durante o dia e na hora de fazer a Clara dormir, foi o fim
para ele. Começou a chorar, sentido de verdade.
“Mamãe, deixa a Clara e cuida de mim, me dá um mamazinho, ela não quer mais”.
“Não, filho, vc é menininho, não mama mais. Já termino aqui
e cuido de você, ok?”
“Mamãe (chorando), eu quero nascer de novo prá ficar
bebezinho e mamar”.
Ai, ai... além de malandro e inteligente, ele sabe me
quebrar. Quaaase dei, mas sei que teria sido pior para todo mundo, então
prometi que tiraria meu leite para ele num copo. Ele ficou quietinho para a
irmã dormir logo e disse que tudo bem.
Dei um banho rápido nele e fomos para a cozinha. Tirei o
leite, pouco, porque ele estava com pressa, ansioso. Ele tomou um golão tão
satisfeito! E só. Não quis mais, agradeceu e pediu o outro leite para dormir.
Acho que tinha um quê de curiosidade que aquele gole resolveu,
desmistificou. Ele disse estava muito gostoso, mas desconfio. Talvez não
estivesse assim tão gostoso para ele.
O fato é que resolveu. Pelo menos por enquanto, porque com criança
a única verdade absoluta é que eles sempre mudam.
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