O debate sobre religião paira sobre grupos diversos e,
claro, não ficaria de fora da maternagem.
Eis que o
Mamatraca novamente entra com um tema para o qual
meu comment ficaria demasiado longo e, portanto, não seria legal. Por isso,
escrevi aqui, aproveitando para tratar de algo que considero primordial.
Quando vi o vídeo das meninas, concordei parcialmente com
cada uma, mas tenho uma opinião própria, construída anos a fio.
Vamos por partes como diria Jack, o estripador.
Temos religião em casa. Somos presbiterianos.
Nossos dois filhos foram batizados – na Presbiteriana não há
padrinhos, são os pais que apresentam e o pastor local ou convidado batiza – e o
próximo (próximos??) também será. Ensino o Levi as coisas normais da vida, como
qualquer mãe, mas tudo o que acontece é motivo para que eu o ensine também
sobre nossa fé. Não fico discursando com ele. É um processo natural. Quando vemos
um passarinho, conto o que o passarinho faz, conversamos sobre onde é a casinha
do passarinho, o que ele come e aproveito prá dizer, por exemplo: “filho, viu
que lindo o passarinho que Deus fez?”.
Para alguns soa lavagem cerebral. Para mim, é a pura
verdade. É no que acredito mesmo, não acho que outra verdade coexiste com essa.
Acho que é essa a única verdade. Avisei no título que seria politicamente
incorreta.
Essa abordagem serve para tudo e não penso muito sobre ela,
embora não a negligencie, porque acredito também – a Bíblia ensina assim – que tenho
a obrigação de ensinar em todos os momentos aos meus filhos sobre Deus.
Uma vez estava conversando com um tio meu, ainda não
tínhamos filhos e ele disse que se tivesse um filho, não ensinaria que Deus é a
única verdade. Achei engraçado. Perguntei se para ele essa era uma verdade, ele
disse que sim, mas que queria que o filho tivesse acesso à pluralidade. Lembro-me
de ter rido, achei meio ridículo, ele sabe. Perguntei se ele iria dizer ao
filho que o amava, ele prontamente concordou, dizendo que isso verdade. Para mim,
dizer aos meus filhos que Deus os ama, que criou o Universo, que Jesus é o
único salvador são verdades tão concretas e reais quanto dizer que os amo.
Vamos à igreja semanalmente e, como trabalhamos na igreja, o
Levi está acostumado a participar de tudo, inclusive o que não é exclusivo para
crianças. Não temos babá, então ele participa de ensaios, algumas visitas,
cultos, tudo tudo, desde que não seja na hora de dormir.
Aos domingos ele dorme mais tarde, porque considero mais
importante ficarmos juntos no culto. A Clara ainda fica pouco na igreja, mas
assim que engatinhar, vai ficar no berçário de lá, como foi com o Levi.
Não acredito que todas as religiões estejam corretas, mas
nem acho que a minha é A religião. Gosto da igreja presbiteriana, de sua
doutrina, considero uma igreja bíblica, é reformada, o que para mim é
essencial, histórica, o que é importante também. A Bíblia está acima de
qualquer religião, por isso, o dia em que a
Igreja Presbiteriana do Brasil, da
qual faço parte, se distanciar dela, não servirá para mim. A igreja local é o
meio para eu servir a Deus, não um fim em si. O fim é Deus.
Mas, e o respeito? Bom, eu respeito todas as outras pessoas de outras religiões, cristãs ou
não. Mas não concordo com elas e não é o que desejo para meus filhos. Enquanto estiverem
sob minha guarda, enquanto forem menores, vão me seguir. Não tem a opção de
ficar em casa, não podem escolher outra igreja. Quando forem donos de seus
narizes, ok. Façam o que quiser, antes disso, necas.
Tem outra coisa. Nunca os obrigarei a assumirem um
compromisso com a igreja local, porque isso tem que ser uma expressão da
sua fé. Vou ensinar, como tenho feito, guiar. Caso não concordem, vão engolir
até poderem arcar com suas decisões, mas depois, estarão livres.
Parece incoerente, mas é só prestar atenção e verá que não
é. Minha responsabilidade não passa por cima de quem eles são. Um dia eles
mesmos vão se questionar, me questionar e quero responder com clareza, calma,
vão conhecer outras teorias, e acho tudo normal, saudável e espero que o façam,
não que aceitem cegamente minha fé. Quero que desenvolvam um relacionamento com
Deus, não que sigam regras vazias.
Isso daria um livro, não um post. Aqui está a introdução.
O politicamente correto parece bonito, mas é uma coluna do
meio que não serve para nós aqui em casa e nem por isso nos autoriza a
desrespeitar pessoas.
Uma coisa, uma coisa. Outra coisa, outra coisa.
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Levi lendo a Bíblia para uma boneca. |