Aconteceu algo legal esses dias aqui na igreja. Mais precisamente, domingo, pela manhã.
Uma senhora me procurou, bem sem graça, com uma sacolinha vermelha fechada. Colocou na minha mão, sorriu e disse que soube que a igreja estava com poucos panos de prato na cozinha e que esse mês tinha "pegado em dinheiro", por isso queria fazer uma oferta especial. Ao abrir a sacola, vi os quatro panos de prato, novinhos, com estampas bonitas, a barra feita.
Fiquei muito emocionada.
Mas pano de prato nem é algo caro, por que me emocionar?
Porque essa senhora vive com menos de R$50,00 por mês para sua alimentação e quando ela diz que "pegou em dinheiro", ou é porque a filha mandou algo de SP (a filha não está em boa situação tb), ou é porque conseguiu um atestado médico para receber meio salário mínimo como "encostada" já que não consegue sua aposentadoria, ainda que tenha trabalhado todos os anos de sua vida, feito escrava. O patrão não a registrou, nunca pagou seus encargos tributários e morreu sem deixar nem um presente para essa mulher, que beirando os 70 anos, doente com diabetes e osteoporose não consegue resolver a questão de sua aposentadoria.
Lembrei daquela viúva da Bíblia, que deu sua última moeda.
Às vezes acho que essa senhora de nossa igreja age da mesma forma. E é tão sincera, tão humilde que não entrega nada na frente das pessoas e faz questão de falar comigo a sós quando tem algum dinheiro que quer ofertar.
Espero que da mesma forma, Deus olhe para ela, como Jesus olhou para aquela viúva e que se compadeça de sua situação, permitindo que ela consiga pelo menos a aposentadoria que garantirá pelo menos uma alimentação melhor para essa mulher.
Ela tem dado tudo o que tem, ainda que pareça pouco.
Qualquer um de nós pode comprar quatro panos, mas quase nenhum de nós pode ofertar sequer um.
Quero aprender com essa senhora a jamais segurar minha última moeda, colocando minha confiança somente em Deus e não no que estiver no meu bolso.
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